quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

língua de carol

Papai e mamãe. Era o que mais queriam que falasse. Todos insistiam “fala Carol, fala pra mim”. Deixando-me com uma sensação estranha, acho que era medo. Se quando eu murmurava algo do tipo já gritavam feitos loucos e quando falasse? Meu Deus!

Aprendi, com muitas mordidas na língua, mas saiu. Estava sendo possuída, tudo eu falava: quando comia falava; na escola falava; em casa falava. Que coisa louca, tão louca que parava de respirar por uns instantes para falar, e só quando roxa ficava, o ar tomava o lugar das palavras. Viciei! Como um Bis, não dava pra saborear apenas uma.

Meus pais, que tanto me incentivaram a falar, hoje me mandam calar. Dizem que falo exageradamente, eu não acho; dizem que sou franca, mas isso é um problema? Se me perguntam se tá feio e digo que sim acham ruim. Então por que perguntam?
Eu que não fico calada. Depois de meses me mandando falar querem que eu minta? Ou pior, omita?

Falo que tá feio ou bonito, gordo ou magro, sé é burro ou inteligente. Perguntou eu falo, se não, eu falo também.

6 comentários:

  1. MUITO BOOOOOOOOOOM
    ESCREVE MUITO, VC!

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  2. Nossa, esse você foi muito bem!
    Conseguiu uma harmonia muito boa entre as palavras!
    Continue, vc é muito bom!

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  3. Po, parece eu, não paro de falar, haha'
    Muito booom (y)

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  4. O BLOH ESTÁ MUITO BOM DE CARA NOVA!
    PARABÉNS!

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